quarta-feira, 23 de maio de 2007

Magical Pieces



E porque hoje é Quarta achei que seria o dia ideal para finalmente aderir a esta excelente iniciativa da Carla, Magical Pieces, que “consiste na partilha de gostos, inspirações, aspirações, conhecimentos cujos os quais não receamos partilhar com o Mundo. Podem ser simplesmente uma frase com significado para nós, uma receita de culinária, uma imagem, uma música, um livro ou simplesment um gosto pessoal.”
Assim, todas as quartas-feiras, ou melhor, todas as quartas-feiras que conseguir, partilharei com vocês um pouco de mim...

Começo com os CHEIROS…

O olfacto é um dos nossos cinco sentidos e é um dos que tenho mais apurados!
Adoro sentir diferentes cheiros e em mim funcionam muito como marco de alguém ou de algum acontecimento.
São os cheiros que me transportam ao passado e me avivam a memória com boas recordações…
Reconheço muito dos perfumes dos meus amigos, relembro o cheirinho da comida da minha avó, identifico cada odor que me chega ao nariz…
Tenho o terrível defeito de cheirar sempre a comida antes de a por a boca, se algum cheiro não me agrada sou incapaz de a comer…
Adoro deitar-me na cama e sentir o cheirinho a roupa lavada…
Gosto de passar na rua e sentir o perfume dos que se cruzam comigo, acho que diz muito de cada um…
Gosto de perfumes quentes para a noite e frescos para de dia.
Gosto de abrir a porta do prédio e perceber o que os vizinhos estão a fazer para o jantar.
Gosto quando o cheiro dele fica na minha roupa, na minha cama, em mim…porque assim cheiro e ele está sempre lá…

Até quarta

quinta-feira, 3 de maio de 2007

Ainda há príncipes encantados

Photo by anitacanita


" (...)A pessoa certa não é a mais inteligente, a que nos escreve as mais belas cartas de amor, a que nos jura a paixão maior ou nos diz que nunca se sentiu assim. Nem a que se muda para nossa casa ao fim de três semanas e planeia viagens idílicas ao outro lado do mundo. A pessoa certa é aquela que quer mesmo ficar connosco. Tão simples quanto isto. Às vezes demasiado simples para as pessoas perceberem. O que transforma um homem vulgar no nosso príncipe é ele querer ser o homem da nossa vida. E há alguns que ainda querem.

Os verdadeiros Príncipes Encantados não têm pressa na conquista porque como já escolheram com quem querem passar o resto da vida, têm todo o tempo do mundo; levam-nos a comer um prego no prato porque sabem que no futuro nos vão levar à Tour d’Argent; ouvem-nos com atenção e carinho porque se querem habituar à música da nossa voz e entram-nos no coração bem devagar, respeitando o silêncio das cicatrizes que só o tempo pode apagar. Podem parecer menos empenhados ou sinceros do que os antecessores, mas aquilo a que chamamos hesitação ou timidez talvez seja apenas uma forma de precaução para terem a certeza que não se vão enganar.

O Príncipe Encantado não é o namorado mais romântico do mundo que nos cobre de beijos; é o homem que nos puxa o lençol para os ombros a meio da noite para não nos constiparmos ou se levanta às três da manhã para nos fazer um chá de limão quando estamos com dores de garganta. Não é o que nos compra discos românticos e nos trauteia canções de amor no voice mail, é o que nos ouve falar de tudo, mesmo das coisas menos agradáveis. Não é o que diz Amo-te, mas o que sente que talvez nos possa amar para sempre. Não é o que passa metade das férias connosco e a outra metade com os amigos; é que passa de vez em quando férias com os amigos. O Príncipe que sabe o que quer, não é o melhor namorado do mundo; é o marido mais porreiro do mundo, porque não é o que olha todos os dias para nós, mas o que olha por nós todos os dias. Que tem paciência para os meus, os teus, os nossos filhos e que ainda arranja um lugar na mesa para os filhos dos outros. Que partilha a vida e vê em cada dia uma forma de se dar aos que lhe são próximos. Que ajuda os mais velhos a fazer os trabalhos de casa e põe os mais novos a dormir com uma história de encantar. Que quando está cansado fica em silêncio, mas nunca deixa de nos envolver com um sorriso. Não precisa de um carro bestial, basta-lhe uma música bestial para ouvir no carro. Pode ou não ter moto, mas tem quase sempre um cão. Gosta de ler e sai pouco à noite porque prefere ficar em casa a namorar e a ver o Zapping. Cozinha o básico, mas faz os melhores ovos mexidos do mundo e vai à padaria num feriado. O Príncipe é um Príncipe porque governa um reino, porque sabe dar e partilhar, porque ajuda, apoia e nos faz sentir que somos mesmo muito importantes.

Claro que com tantos sapos no mercado, bem vestidos, cheios de conversa e tiradas poéticas, como é que não nos enganamos? É fácil. Primeiro, é preciso aceitar que às vezes nos enganamos mesmo. E depois, é preciso acreditar que um dia podemos ter sorte. E como o melhor de estar vivo é saber que tudo muda, um dia muda tudo e ele aparece. Depois, é só deixa-lo ficar um dia atrás do outro... e se for mesmo ele, fica."

Por Margarida Rebelo Pinto, em Textos Inéditos, 05 Setembro, 2003

Para TI, meu Príncipe Encantado.... :)